Maricá/RJ,

Grupo de Trabalho debate diretrizes para construção do Museu Nacional Afro-brasileiro de Cultura e Memória


Aconteceu na quarta-feira (29), a primeira reunião do grupo de trabalho que viabilizará as diretrizes básicas para a elaboração do projeto executivo, construção e funcionamento do Museu Nacional Afro-brasileiro – Cultura e Memória. O espaço será gerido pela Fundação Cultural Palmares, por meio do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC), depois que a ministra da Cultura, Marta Suplicy, assinou a portaria 148/2012, no último 20 de novembro, Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

No encontro, foram debatidos os primeiros conceitos do Museu e a participação dos demais órgãos do Ministério da Cultura na sua criação. O presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araujo, explicou a importância do museu como primeiro equipamento do Governo Federal a tratar da história e cultura da população negra brasileira. “O Museu permitirá uma ponte entre o passado e os dias atuais na história da população negra do país”, contemplou.

Para a antropóloga Cinthia Oliveira, técnica em Assuntos Culturais do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), a reunião marca o início de um trabalho promissor. “A sociedade terá nesse monumento importantes referências da cultura que forma a identidade brasileira”, disse. “O Ibram tem o que contribuir para o êxito deste empreendimento”, dispôs.

Já para Selmo Norte, antropólogo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o anseio é antigo. “Já deveríamos ter um museu como este”, afirma. “Será um marco para o Estado brasileiro”, ressaltou. Como prioridade para a próxima reunião que acontecerá até o fim do ano, está prevista a elaboração de um cronograma de ações de trabalho para a implementação do espaço.

Avanços – Marta Suplicy garantiu, no último mês de agosto, em reunião com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, a entrega do Termo de Decisão da Diretoria Colegiada da Terracap (Companhia Imobiliária de Brasília), que autoriza a doação do terreno, às margens do Lago Paranoá, à FCP para a construção do Museu Nacional Afro-brasileiro – Cultura e Memória.

Para Eloi, a conquista do terreno e os primeiros trabalhos do grupo demonstram o compromisso do Estado pela reparação às injustiças cometidas com a população afro-brasileira ao longo de mais de 400 anos. O presidente ressalta ainda que a construção do museu trará ainda mais destaque à Década Internacional dos Povos Afrodescendentes (2013-2023), que será iniciada em dezembro pela Organização das Nações Unidas (ONU).

“Estamos empenhados na construção desse que será o maior acontecimento para a cultura afro-brasileira desde o fim da escravidão em 1888”, garante. “Será fundamental para promover a preservação, a proteção e a disseminação da cultura negra em todo o nosso país”, celebra.

Fonte: palmares.gov.br

Um comentário:

  1. Sou da área de patrimônio cultural e admiro a interdisciplinaridade deste blog. Parabéns! vou acompanhar as discussões. Obrigada!

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