“Quando a memória vai apanhar bocados de madeira seca, traz a lenha que muito bem lhe apraz...”[1]
Birago Diop
A história
do negro
é um traço
num abraço
de ferro e fogo.[2]
Adão Ventura
“Toda história é sempre
sua invenção
Qualquer memória é sempre
uma invasão do vazio”[3]
Leda Martins
Navegar nas águas da História é navegar nas águas da certeza (pelo menos é o que dizem os historiadores tradicionais). Navegar nas águas da memória é enfrentar as correntezas do mistério, do não provável, do impreciso. Entretanto, História e memória se confundem como elementos constitutivos de vários textos da literatura afro-brasileira. Como fenômenos distintos se entrecruzam, se confrontam, se complementam, ou mesmo, substituem um ao outro. Vários são os textos em que a memória, recriando um passado ocupa um espaço vazio, deixado pela ausência de informações históricas mais precisas. E esse passado recriado passa ser a constantemente amalgamado ao tempo e à história presentes. Nesse sentido o passado surge como esforço de uma memória que está a construí-lo no presente. Tanto o passado remoto, como o passado recente, assim como o quotidiano, a matéria do hoje e do agora, tudo tentará preencher as ausências premeditadas e apagar as falas distorcidas de uma narrativa oficial, que poucas vezes se apresenta sob a ótica dos dominados.
[1] DIOP, Birago, “As Mamas” in Os contos de Amadou Koumba, Coleção Vozes de África, Edição 70, Lisboa, Portugal, 1979, p.29
[2] VENTURA, Adão, Texturaafro, Editora Lê, 1992, Parte III
[3] MARTINS, Leda. fragmentos do poema Solstício, in Callallo, Vol.18,number, 4,p.986
sua invenção
Qualquer memória é sempre
uma invasão do vazio”[3]
Leda Martins
Navegar nas águas da História é navegar nas águas da certeza (pelo menos é o que dizem os historiadores tradicionais). Navegar nas águas da memória é enfrentar as correntezas do mistério, do não provável, do impreciso. Entretanto, História e memória se confundem como elementos constitutivos de vários textos da literatura afro-brasileira. Como fenômenos distintos se entrecruzam, se confrontam, se complementam, ou mesmo, substituem um ao outro. Vários são os textos em que a memória, recriando um passado ocupa um espaço vazio, deixado pela ausência de informações históricas mais precisas. E esse passado recriado passa ser a constantemente amalgamado ao tempo e à história presentes. Nesse sentido o passado surge como esforço de uma memória que está a construí-lo no presente. Tanto o passado remoto, como o passado recente, assim como o quotidiano, a matéria do hoje e do agora, tudo tentará preencher as ausências premeditadas e apagar as falas distorcidas de uma narrativa oficial, que poucas vezes se apresenta sob a ótica dos dominados.
[1] DIOP, Birago, “As Mamas” in Os contos de Amadou Koumba, Coleção Vozes de África, Edição 70, Lisboa, Portugal, 1979, p.29
[2] VENTURA, Adão, Texturaafro, Editora Lê, 1992, Parte III
[3] MARTINS, Leda. fragmentos do poema Solstício, in Callallo, Vol.18,number, 4,p.986
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