Maricá/RJ,
A negra e a fala da negra
Para Conceição Evaristo
A fala doce dessa negra
de olhos abertos
- muito abertos
- bem abertos
nos invade a alma, os ouvidos,
nos acarinha e acorda.
Seus caminhos passam a ser os nossos
e ali caminhamos
e enxergamos melhor
por seus olhos abertos
- muito abertos
- bem abertos.
E assim, acordados, ouvimos, seguimos.
Seguimos assim, como se fosse
tal qual numa roda de jongo,
tal qual numa dança de feira,
essa negra desperta
e a sua fala doce.
Maria Regina Moura – escritora, fotógrafa, letrista de MPB, produtora cultural
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário